Francisco Ortega
Professor adjunto do Instituto de Medicina Social, UERJ.
RESUMO
Este artigo analisa o movimento da neurodiversidade organizado basicamente por autistas chamados de alto funcionamento que consideram que o autismo não é uma doença a ser tratada, mas uma diferença humana, a qual deve ser respeitada como outras diferenças. O movimento da "neurodiversidade" deve ser inserido em um marco sociocultural e histórico mais amplo que incorpore o impacto crescente no imaginário cultural dos saberes e das práticas neurocientíficas com o paradigma do sujeito cerebral e a expansão da neurocultura. No contexto do sujeito cerebral, o cérebro responde por tudo o que outrora costumávamos atribuir à pessoa e vem se tornando um critério biossocial de agrupamento fundamental. O artigo mostra como uma ideologia solipsista, reducionista e cientificista 'o sujeito cerebral' pode servir de base para a formação de identidade e de redes de sociabilidade e comunidade.
Palavras-chave: Neurodiversidade, Sujeito cerebral, Autismo, Classificações psiquiátricas
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